Crises até Nova York

Quando eu tive a ideia de começar esse blog, foi justamente porque eu sou uma pessoa de crises e porque eu sabia que elas continuariam a existir na minha vida. Então hoje, eu vim aqui contar pra vocês como foi a minha chegada até Nova York e também como foram meus primeiros dias, e vou contar da forma mais sincera possível.

Primeiro, antes de sair de casa para o aeroporto, São Pedro resolveu que seria dia de chuva em SP. E isso me deixou de cabelo em pé preocupada com o trânsito que eu ia pegar para chegar lá. Fiz todo mundo (pai, mãe, irmã e namorado) correr para sair o mais rápido possível.

Chegamos cedo. E ao fazer o check-in o atendente me informou que era melhor eu não demorar para embarcar porque a Polícia Federal estava em greve e a fila para passar estava grande. Depois do chororô de despedida (e como eu chorei!), entrei na imensa fila. E adivinhem só, quando chegou a minha vez descobri que estava na fila errada! Ê, que alegria! Sinalização super benfeita, tá? Voltei pro final da fila, dessa vez a certa, e passei bem rápido pelo Duty Free, sem comprar nada.

No avião, percebi que meu sono tinha resolvido ficar em São Paulo e passei horas vendo filmes na melhor intenção de trazê-lo de volta. Só consegui um cochilo; o misto de ansiedade e medo venceram. Medo sim, porque apesar de estar muito feliz por vir sozinha, o frio na barriga sempre fica ali do lado cochichando todas as coisas que podem dar errado.

Quando cheguei em Washington para fazer a conexão para NY dei de cara com outra fila imensa na imigração. E aí eu pirei mesmo, pirei com vários outros brasileiros porque a fila não andava e o meu voo (e o de várias outras pessoas) sairia em quarenta minutos.

Respirei fundo e com o maior sorriso de “nem tô preocupada” perguntei para a mocinha que estava organizando as filas se daria tempo de pegar a conexão. Ao que ela respondeu sem sorriso nenhum: “se você perder seu voo daremos um jeito e te colocaremos em outro”. MOÇA, é o quê? Meu estômago embrulhou, minha respiração acelerou e tudo o que eu podia fazer era cruzar os dedos para a fila andar.

Ela andou. E eu descobri o por que eu faço esteira toda noite na academia. Corri (corri mesmo, gente) vinte minutos até chegar no terminal que precisava (carregando minha mochila mega pesada). Foi então que finalmente o meu sono deu as caras e eu dormi mais quarenta minutinhos no avião até aqui.

E cheguei! E Nova York é linda e ao mesmo tempo assustadora. Eu não queria perder tempo no primeiro dia, então cheguei no hotel, joguei as malas, peguei o que precisava e sem pensar muito fui até o metrô mais próximo para chegar na Times Square.

Vou ser honesta e dizer que a minha primeira reação, foi um medo tão grande que eu quase quis ficar trancada no quarto. Mas percebi que eu precisava enfrentar aquilo e sem pensar muito, porque se ficasse pensando nos “e se…” eu não ia sair do lugar.

Eu quis e planejei essa viagem por tanto tempo! Não seria justo comigo mesma deixar o medo me vencer e depois ir embora arrependida, não é?

Ganhei uma bela gripe por não ter comido e dormido direito, mas de lá até hoje já consegui ir na Times Square, High Line Park, Madame Tussauds (o museu de cera), Museu de História Natural, Central Park e a ponte do Brooklyn. Sendo que essa última vai ganhar um post especial essa semana porque, como eu disse antes, sou uma pessoa de crises (bem azarada às vezes) e o que a gente faz quando está NO MEIO da ponte, sem guarda-chuva, e cai a maior tempestade?

Vocês vão saber quarta-feira.

Enquanto isso, deixo vocês com algumas fotos que tirei até agora.

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Times Square

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Vista do High Line Park

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Virei Spice Girl no Madame Tussauds

Espero que tenham gostado do post!

Logo, logo mando mais novidades.

Beijos

Vamos falar de crise!

Photo by ₢ Thaís Marin

Photo by ₢ Thaís Marin

O dicionário traz alguns significados muito interessantes para a palavra crise:

  • Estado de súbito desequilíbrio mental ou emocional;
  • Fase difícil na evolução de um processo ou situação;
  • Estado de incerteza ou ruptura em relação a escolhas, crenças e etc.;
  • Surgimento ou manifestação repentina de um sentimento;
  • O mesmo que crise dramática.

E em momentos de crise, a palavra “doce” costuma dançar bastante dentro da minha cabeça com apenas um significado: chocolate.

Mas não foi para falar da minha compulsão por doces que eu vim aqui (pelo menos não hoje). Foi para falar que “estado de incerteza ou ruptura em relação a escolhas” e “manifestação repentina de um sentimento” foram justamente as razões que me trouxeram até aqui.

Só que não foi apenas um sentimento. Foi um acúmulo de pequenas crises que eu resolvi colecionar nos últimos quatro anos. Eu quis tanto ser mais do que eu era que acabei matando pequenos detalhes de mim que me faziam ser… eu!

Morar em uma cidade insana como São Paulo, enfrentar o caos do transporte público (ou do trânsito) todos os dias para ir trabalhar, e apenas o simples fato de ser mulher nos dias de hoje, pode ser bastante destrutivo se a gente não souber como lidar com as crises. Sejam elas pequenas ou grandes! Estou falando daquela espinha que aparece no meio da sua testa em um dia superimportante, da calça que não fecha mais, de perder o emprego dos sonhos ou até mesmo de uma morte na família.

A vida é feita de crises, mas e se elas não precisassem ser tão amargas?

Esse blog surgiu de uma crise e da minha vontade de mostrar para o mundo que mesmo depois que a gente sofre e faz um drama, a vida ainda é linda e apresenta milhares de novas opções para continuar! No melhor estilo “sacode a poeira dá a volta por cima”.

Vamos lá?

Aqui a gente vai falar da vida, vai rir e vai chorar. Vai falar de crise e de como contornar! Vai falar de viagem, de música, de livros, de maquiagem e de saúde e bem-estar que são todas as pequenas coisas que a gente precisa pra seguir em frente.

Quem aí já teve uma crise hoje?