Comprei esse livro durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro do ano passado, mas ele foi parar bem embaixo da pilha dos demais livros que vieram com ele.
Foi indicação de uma amiga que também é editora de livros. Eu (que geralmente sou super organizada e tenho listas e agenda para quase tudo) nunca consegui seguir minhas próprias programações de leitura. Costumo ler conforme o meu humor e acabo deixando muitos clássicos de lado por conta disso. Se eu me sinto culpada por trabalhar com livros e não ter lido vários clássicos? Com certeza. Mas as minhas culpas serão inspiração para outros textos e hoje esse não é o foco.
É bem possível que se eu não tivesse começado a ler esse livro no dia 31 de dezembro, o blog não teria voltado à vida tão cedo. Por alguns meses, sempre que meu olhar encontrava esse livro, desistia de começar por pensar que seria uma leitura bastante técnica e não era o que eu queria naquele momento. Ao mesmo tempo, faz alguns meses que eu queria voltar a ter um blog e não sabia por onde recomeçar.
Ah, se eu soubesse que uma coisa teria salvado a outra! A autora, Ana Holanda, é editora-chefe da revista Vida Simples e escolheu o sub-título do livro muito bem “O caminho para despertar a escrita afetuosa em você”. E eu estou completamente encantada pelo conceito de “escrita afetuosa”.
É quase como se, de repente, todos os meus livros favoritos tivessem encontrado uma família. E os meus textos favoritos também. Escrever com afeto é escrever para afetar. E eu amo os textos que tem o cuidado de querer se conectar com o outro. Para mim, se não for assim, não tem sentido. Preciso me emocionar.
Mas mais do que isso, é um livro que faz a gente voltar a apreciar o comum. A estar mais atento aos detalhes da vida que não é (sempre) extraordinária. Ensina a não ficar esperando os grandes eventos e a absorver a poesia discreta que existe em cada história. Em cada pequeno momento do dia.
Desde pequena, meu pai sempre me ensinou que eu não podia rabiscar livros. E assim eu segui durante muito tempo. Anos depois, na faculdade, um professor me disse que amava grifar os livros que, para além de facilitar o encontro de trechos favoritos depois, era como se ele tivesse dormido com o livro e assim ele deixaria marcas no livro, como livro tinha feito com ele. Nunca esqueci disso.
Contei essa história no ano passado no Instagram e aproveitei para fazer uma enquete sobre quem grifava ou não os textos. Recebi tantos depoimentos bonitos com as justificativas para ambas as opiniões! Há quem diga que o livro vai sempre parar na mão de outra pessoa e que não é justo que a primeira impressão seja afetada pelo nosso ponto de vista. Há quem diga que encontrar trechos grifados só aumenta a quantidade de histórias para serem absorvidas.
Contei isso para dizer que o meu exemplar deste livro está todinho cheio de marcas, porque sinto que vou querer voltar para ele algumas vezes. É um desses livros que tocam profundamente e acordam a gente de um período apático, anestesiado. Recomendo muito para quem gosta de escrever ou para quem quer voltar a perceber os pequenos prazeres da vida comum.
O livro é mega bom mesmo
Eu adorei!
Dois
Oi, Mayara!
Senti-me desejosa em ler esse livro. Já marquei nos desejados.
Eu amo escrever. E uso a escrita para tudo em minha vida. É a minha terapia.
Então, adorei a dica!
Beijos!