A mente

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A mente é bastante incontrolável e gosta de pregar algumas peças na gente. Eu adoro o filme “Divertidamente” e todos os conceitos escondidos de forma sutil por trás dele. Aliás, se alguém souber de algum estudo sobre isso, me avise que tenho muita curiosidade em ler. Adoro, particularmente, aquela cena em que as músicas que não saem da cabeça são jogadas na sala de controle para distrair ou espairecer.

Entretanto, ultimamente o que tem pulado na minha sala de controle são memórias que eu não estou muito afim de reviver com saudade por enquanto. Fico me perguntando, afinal, para que me estão jogando essas imagens agora e sempre fora de contexto? Eu já organizei isso antes, pessoal! Não precisam encostar aí, tá? Ou preciso?

Faço terapia semanalmente e acho bastante curioso como às vezes estou me sentindo ótima e, de repente, sem qualquer sinal de aviso, abro uma porta inesperada e instantaneamente já não tenho tantas certezas como tinha poucos minutos antes.

Quantas coisas estão guardadas dentro de nós mesmos e que não acessamos? Se eu tentasse fazer um breve resumo anual de toda a minha vida desde que nasci, será que conseguiria mesmo recapitular tudo? Tem tanta coisa que a gente só vive dentro da própria cabeça e que não está em foto ou em alguma memória compartilhada com os amigos. Mesmo eu, que tenho o hábito de escrever e guardar meus sentimentos sempre que posso, sinto que tanta informação fica espalhada dentro de mim. Sinto que tanto está perdido aqui dentro! Bom seria mesmo que todas as memórias fossem bolinhas de vidro que só precisam ser organizadas em estantes. Bom seria mesmo que de tempos em tempos elas fossem jogadas num abismo para abrir mais espaço para as memórias novas. Mas e aquelas cinzas todas das memórias que já foram queimadas? Eu sinto que essa poeira permanece e deixa sempre um rastro de nostalgia sobre absolutamente todo o nosso ser.

Talvez essa poeira seja justamente a nossa essência. Fragmentos tão pequenos de memórias e sentimentos que já foram remoídos, digeridos, triturados, queimados. E talvez não. Talvez a sala de controle só esteja tentando colocar a casa em ordem e precisa de respostas sobre as memórias que ainda não foram catalogadas: devem virar poeira ou precisam de mais um tempinho na estante?

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