Fiquei doente e não tenho paciência nenhuma para lidar com o meu corpo enquanto ele se recupera. Eu detesto esse grito de socorro, de alerta para “precisamos diminuir o ritmo” quando tudo o que eu queria era justamente acelerar cada vez mais rápido.
Eu tinha vários planos para janeiro e não contava com essa passada de perna em mim mesma. Peguei uma promoção de Black Friday na escola de dança e além das aulas na turma iniciante, estou fazendo também as aulas da turma intermediária. Me programei para atualizar o blog às segundas, quartas e sextas. Me matriculei num workshop de teatro por dois finais de semana seguidos e, além disso, estava fazendo alongamentos religiosamente todas as manhãs e cozinhando minhas próprias comidas para economizar já que a grana tá curta.
Foram 16 dias de sucesso, porque no dia 17 meu corpo começou com uma dorzinha, uma tossezinha, uma febrinha… e eu muito teimosa me arrastei com dor e febre mesmo por dois dias sem querer parar tudo o que estava na minha programação. Eis então que na segunda-feira passada eu não tinha capacidade de levantar da cama. Toma antibiótico e corticoide e o antibiótico não resolve e corre para o médico e troca para um antibiótico mais forte e mais uma dose de acetilcisteína e aqui estou: dopada há 12 dias e contando os últimos 3.
Voltei para dança ontem, mas ainda me sinto cansada, mole, com tosse e lenta. Esse monte de remédio me deixa também um pouco aérea e parece que o cérebro não está 100% alerta e atento como eu gostaria que estivesse. No fundo, eu sei que deveria me respeitar e descansar, mas a verdade é que o maior sentimento agora é de frustração por ter perdido uma semana de dança e não estar conseguindo me recuperar e entrar no ritmo acelerado que eu gosto de viver.
Eu estou inchada, com mais fome que o normal e a minha auto-estima desceu todos os graus que poderia descer. Todos os dias eu me digo para ser forte, mas às vezes, a vontade é de não ser. De desistir. De pedir socorro. E tudo isso só porque eu queria provar para mim mesma tudo o que eu sou capaz.
Como é que a gente faz pra entrar no eixo e alinhar corpo e mente?