Sobre comida

O texto de hoje  é um desabafo que eu escrevi há algum tempo no meu Facebook e resolvi compartilhar hoje porque não conheço uma mulher que não tenha crises com o próprio corpo. Espero que gostem!

Photo by ₢ Thaís Marin

Photo by ₢ Thaís Marin

Eu queria falar uma pouco sobre dieta. Ou sobre comida. Ou sobre peso. Ou sobrepeso. Ou sobre imagem. Ou sobre se sentir bem. Ou sobre estar bem.

A verdade é que cada uma dessas coisas gera mil outras na minha cabeça. Então vou começar dizendo uma que a maioria das pessoas que me conhecem já sabe: eu sempre tive problemas com o meu corpo. E mesmo depois de ter perdido 23 quilos, eu fico impressionada com o quanto eu ainda não me sinto satisfeita.

Ainda não gosto do que vejo no espelho e isso me tortura todos os dias. É tortura sim, porque independente de escolher a comida “certa” ou a “errada” eu me sinto culpada. E estou sempre pensando em comida. Eu me enlouqueço em pensamentos de culpa! Às vezes eu sinto a culpa de ter comido a coisa gorda, e às vezes eu sinto a culpa de ter comido a coisa magra. Acho que só quem sofreu com isso durante muito tempo deve entender o PESO (de novo… sempre ele!) que essas escolhas tem, o desgosto de engolir um alface quando a vontade mesmo era de ter engolido um hambúrguer. Ou vice-versa. E até pra escrever isso, eu preciso parar e refletir: engolir? era melhor ter mastigado antes, né? Qualquer um dos dois.

Uma das outras coisas que quis dizer aqui é que pra perder os 23 quilos que perdi eu me afundei em um ano de informações de todos os tipos e optei pelas quais eu julgava mais saudáveis, tanto pra mente quanto pro corpo e enquanto fazia (e ainda faço!) isso eu me deparo com um monte de loucuras! Encontrei quem optou por remédios, encontrei quem optou por fazer exercícios em excesso e encontrei até gente que bota a culpa do excesso de peso no salmão e no tomate. E foi aqui que eu freei. A que ponto chegamos? Cortar o tomate?

Eu já aprendi a emagrecer. Eu sei quais são as regras do jogo, mas e se eu estiver um pouco cansada de jogar? E se por enquanto, eu quiser ter alguns quilos a mais do que eu deveria? Tudo bem. Mas ao mesmo tempo isso também não é o que eu queria. Acho que o que eu queria MESMO era parar de desejar o tempo todo que meu corpo fosse outro. E “dieta pra se aceitar” eu ainda não encontrei em nenhum lugar.

Eu aposto que esse meu desabafo não é só meu. Tem muita gente se sentindo amarrada e presa também. E tudo o que eu queria agorinha era saber o por que. Por que é tão difícil ser eu mesma? Por que a grama da minha vizinha é sempre mais verde? Por que eu me sinto avaliada a cada instante?

Botem a culpa na mídia, ou nos padrões de beleza se quiserem. Isso não vai deixar esse meu sentimento, e de muitas outras mulheres, mais fácil de lidar.

3 comentários sobre “Sobre comida

  1. Má, eu li seu texto aqui e fiquei pensando que ok, colocar a culpa da mídia não vai aliviar o sentimento, mas quanto mais a gente se depara com esse mundo LOUCO de gente que é viciada em academia, gente que não pode comer chocolate senão… (senão o que?!), de gente com todos os tipos de transtorno alimentar, mais eu penso que eu não quero MESMO fazer parte disso tudo. Claro que é dificílimo nos distanciarmos da nossa realidade na qual nossa subjetividade foi constituída, difícil aceitar que não a gente nunca vai ter uma cintura tamanho (qual é o padrão das cinturas ai?), difícil aceitar que não vou ser peituda igual a Pamela Anderson, mas acho que pra aceitar o corpo partir do pressuposto que loucos são os outros e que a gente tá bem ajuda muito! Admiro muito sua força de vontade durante os seus 23 kgs perdidos, mas acho que o mais importante é estar saudável! Agora uns quilinhos a mais não vão fazer ninguém ter um derrame com 30 anos.
    Gostando muito do seu blog =)

  2. May…. eu sei o que é isso… tem hora que dieta cansa.. tem hora que ficamos com remorso… é horrível..
    Concordo em td o que vc disse .. mas independente de qqr coisa .. eu te acho linda sempre! De qqr jeito vc é sempre linda. Por dentro e por fora!

  3. Pingback: Primeiros livros de 2015 |

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