O texto de hoje é um desabafo que eu escrevi há algum tempo no meu Facebook e resolvi compartilhar hoje porque não conheço uma mulher que não tenha crises com o próprio corpo. Espero que gostem!
Eu queria falar uma pouco sobre dieta. Ou sobre comida. Ou sobre peso. Ou sobrepeso. Ou sobre imagem. Ou sobre se sentir bem. Ou sobre estar bem.
A verdade é que cada uma dessas coisas gera mil outras na minha cabeça. Então vou começar dizendo uma que a maioria das pessoas que me conhecem já sabe: eu sempre tive problemas com o meu corpo. E mesmo depois de ter perdido 23 quilos, eu fico impressionada com o quanto eu ainda não me sinto satisfeita.
Ainda não gosto do que vejo no espelho e isso me tortura todos os dias. É tortura sim, porque independente de escolher a comida “certa” ou a “errada” eu me sinto culpada. E estou sempre pensando em comida. Eu me enlouqueço em pensamentos de culpa! Às vezes eu sinto a culpa de ter comido a coisa gorda, e às vezes eu sinto a culpa de ter comido a coisa magra. Acho que só quem sofreu com isso durante muito tempo deve entender o PESO (de novo… sempre ele!) que essas escolhas tem, o desgosto de engolir um alface quando a vontade mesmo era de ter engolido um hambúrguer. Ou vice-versa. E até pra escrever isso, eu preciso parar e refletir: engolir? era melhor ter mastigado antes, né? Qualquer um dos dois.
Uma das outras coisas que quis dizer aqui é que pra perder os 23 quilos que perdi eu me afundei em um ano de informações de todos os tipos e optei pelas quais eu julgava mais saudáveis, tanto pra mente quanto pro corpo e enquanto fazia (e ainda faço!) isso eu me deparo com um monte de loucuras! Encontrei quem optou por remédios, encontrei quem optou por fazer exercícios em excesso e encontrei até gente que bota a culpa do excesso de peso no salmão e no tomate. E foi aqui que eu freei. A que ponto chegamos? Cortar o tomate?
Eu já aprendi a emagrecer. Eu sei quais são as regras do jogo, mas e se eu estiver um pouco cansada de jogar? E se por enquanto, eu quiser ter alguns quilos a mais do que eu deveria? Tudo bem. Mas ao mesmo tempo isso também não é o que eu queria. Acho que o que eu queria MESMO era parar de desejar o tempo todo que meu corpo fosse outro. E “dieta pra se aceitar” eu ainda não encontrei em nenhum lugar.
Eu aposto que esse meu desabafo não é só meu. Tem muita gente se sentindo amarrada e presa também. E tudo o que eu queria agorinha era saber o por que. Por que é tão difícil ser eu mesma? Por que a grama da minha vizinha é sempre mais verde? Por que eu me sinto avaliada a cada instante?
Botem a culpa na mídia, ou nos padrões de beleza se quiserem. Isso não vai deixar esse meu sentimento, e de muitas outras mulheres, mais fácil de lidar.
Má, eu li seu texto aqui e fiquei pensando que ok, colocar a culpa da mídia não vai aliviar o sentimento, mas quanto mais a gente se depara com esse mundo LOUCO de gente que é viciada em academia, gente que não pode comer chocolate senão… (senão o que?!), de gente com todos os tipos de transtorno alimentar, mais eu penso que eu não quero MESMO fazer parte disso tudo. Claro que é dificílimo nos distanciarmos da nossa realidade na qual nossa subjetividade foi constituída, difícil aceitar que não a gente nunca vai ter uma cintura tamanho (qual é o padrão das cinturas ai?), difícil aceitar que não vou ser peituda igual a Pamela Anderson, mas acho que pra aceitar o corpo partir do pressuposto que loucos são os outros e que a gente tá bem ajuda muito! Admiro muito sua força de vontade durante os seus 23 kgs perdidos, mas acho que o mais importante é estar saudável! Agora uns quilinhos a mais não vão fazer ninguém ter um derrame com 30 anos.
Gostando muito do seu blog =)
May…. eu sei o que é isso… tem hora que dieta cansa.. tem hora que ficamos com remorso… é horrível..
Concordo em td o que vc disse .. mas independente de qqr coisa .. eu te acho linda sempre! De qqr jeito vc é sempre linda. Por dentro e por fora!
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